sábado, 21 de março de 2009

2.2 - César Lattes

"Einstein é uma fraude, uma besta! Ele plagiou a Teoria da Relatividade."

Polêmico e ácido, Césare Mansueto Giulio Lattes consagrou-se como um dos maiores nomes da ciência brasileira no século XX. Formado em 1943, aos 19 anos, na Universidade de São Paulo em Matemática e Física, Lattes conseguiu em pouco tempo o que muitos tentaram a vida toda.

Foi em 1947 que as partículas responsáveis pelas forças nucleares ganharam nome e atenção. Lattes foi co-descobridor do méson-pi fazendo parte da equipe de Cecil Frank Powell.

Aos 24 anos, foi responsável pela detecção da produção artificial das partículas píon através do bombardeio de átomos de carbono, no laboratório da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Por duas vezes chegando muito perto de levar o Prêmio Nobel de Física, Lattes viu-se boicotado em detrimento de outros nomes que levaram a melhor na premiação. A primeira vez, em 1950, foi Powell quem levou o prêmio, sem qualquer referência à contribuição de Lattes ou aos outros estudiosos da equipe. Na segunda vez, o Nobel lhe escapou por uma fatalidade. A comissão do Prêmio chegou a enviar uma carta a ele por meio da atual Universidade do Rio de Janeiro, mas por conta da burocracia interna o documento só chegou às suas mãos um ano mais tarde. Eugene Garden, seu parceiro na descoberta da produção artificial do mésón-pi na Califórnia, havia morrido naquele ano em decorrência dos trabalho na bomba atômica. "E como não se dá prêmio póstumo, perdi a oportunidade.", disse Lattes.

Em 1967, a Unicamp através do Instituto de Física Gleg Wataghin (IFGW) recebia Lattes como professor titular, onde também suas pesquisas continuariam. O Departamento de Raios Cósmicos foi por ele dirigido e, em 1986, César Lattes tornou-se professor emérito da universidade. No mesmo ano, ele também recebeu o título de doutor honoris causa e se aposentou.

Lattes passou os últimos anos de vida em Campinas, morando perto do campus. Faleceu em 2005 após sofrer um ataque cardíaco. Reconhecido internacionalmente e eternizado em artigos e nomes de centros de pesquisa, a contribuição desse personagem à ciência tem dimensão pouco comparáveis. É um dos raros integrantes brasileiros à Biographical Encyclopedia of Science and Technology, de Isaac Asimov. Também contribuiu à criação de várias instituições consagradas como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Assim, Césare Mansueto Giulio Lattes marcou a história da ciência e deixou uma geração de admiradores agradecidos.

4 comentários:

  1. Não sabia da natureza polêmica e ácida do nosso glorioso físico...
    Mas ainda si, um heroi nacional.
    Parabens pelo texto.

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  2. Gosto desse tipo de texto: bem objetivo, com as informações condensadas. Você acrescentou fatos a respeito de Cesar Lattes, que eu desconhecia. Você consegue mostrar com duas falas, que, apesar de todo reconhecimento que teve, Lattes não ficou totalmente satisfeito com o resultado de seus trabalhos. Acredito que todo pesquisador deva ser assim: procurar sempre aprimorar seus trabalhos.

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  3. Acho que só faltou a fonte de onde você obteve essas informações.

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  4. Texto bem escrito, direto e objetivo. Há pouco a se polir nele, que tem um tom jornalístico.

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