sábado, 28 de março de 2009

3.2 - Trabalho - Percepções

Quatro formas de se enxergar o trabalho. Quatro sensações distintas.
Como uma aspirante à jornalista que cursa Matemática, meus olhos confessam ter pulado as fórmulas de física já tão esmiuçadas em longas aulas. Não havia alí muito o que ser lido. Trabalho, em Joule, não tem calor. Não tem vida.

Humanização, então, estaria num decreto que põe também numa fórmula o quanto uma pessoa precisa para viver? Não foi o que senti. Causou um certo incômodo e estranhamento ver como são frias as formas de se tratar as necessidades pessoais; como são todos medidos por uma só régua.
Chico veio a calhar, então. "Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe". E essa música, que sempre aparece em aulas em que somos postos a pensar no tema, realmente expressa bem a face dos que têm o mínimo e do mínimo tentam fazer um todo que não se acha fácil. Os que precisam se realizar com pouco.
De pouco, o que não se vê na pintura de Portinati é rigidez. Opressão dura, de tempos em que provavelmente não havia nem um mínimo com que se contar.
Independente do prisma, todas as formas causam alguma sensação, e em quase nenhuma há satisfação. Penso que deveria me sentir entusiasmada em falar sobre o trabalho dos Joules, que é, por um tropeço, minha área. Mas não há tal euforia. Mas, para constar, trabalho (em exatas) é o cálculo da energia que se transfere quando uma força, medida em Newtons é aplicada por um deslocamento d do objeto.
A parte disso, trabalho me traz uma sensação constante de que é o foco absoluto. Afinal, comemos, dormimos, descansamos e nos distraímos para voltar à trabalhar, para ter condições de trabalhar. E nesse ciclo sou mais uma, engolida e quase sem tempo pra pensar sobre. Era essa a idéia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário