terça-feira, 21 de abril de 2009

6.2 - Comentários sobre outras postagens

Em "Considerações sobre a neutralidade da ciência" escolhi os seguintes blog:

  • Marcel: http://marcelmagu.blogspot.com

  • Hugo: http://hugo-am038.blogspot.com/

Em "Variações sobre ciência e arte" foram escolhidos:

  • Tatiana: http://tatianapacioni.blogspot.com/

  • Gabriela: http://gabibosshard.blogspot.com

5.1 - Questões acadêmicas abordadas

Em "Variações sobre arte e ciência":

  1. A crescente e dominante especialização de temas, saindo de uma era em que o conhecimento se mostrava de modo mais unido, sem muitas subdivisões ou mesclas de teologia e/ou mitologia com ciência, filosofia e arte;
  2. Os recursos narrativos empregados textos científicos. Ianni cita trechos em que é possível ver claramente figuras de linguagem e afins, que levam o leitor à um deslumbramento com o tema.

Em "Considerações sobre a neutralidade da ciência":

  1. A primeira das questões que me chama a atenção é sobre o princípio do custo de oportunidade, em que o autor chama a atenção para até que ponto é válido se investir em alta tecnologia, a que será destinada à produção de bens ou serviços restritos às camadas ricas da sociedade ao invés de impregá-la no setor de saúde, por exemplo, atingindo um número muito maior de pessoas de classes mais baixas e necessitadas;
  2. A segunda questão pode seguir na mesma linha, ainda em forma de crítica aos malefícios não intencionais que vem com a ciência (ou tecnociência): os efeitos colaterias. O autor cita o benefíco que trouxe a geladeira à sociedade, mas põe em dúvida se o malefícios que os gases emitidos pelo eletrodoméstico trazem ao meio ambiente não superam o primeiro.

5.2 - Considerações sobre a neutralidade da ciência

  • Título: Considerações sobre a neutralidade da ciência;
  • Autor: Marcos Barbosa de Oliveira (2 - Professor Associado na Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo);
  • Palavras-chave: "Ciência; tecnologia; neutralidade; relativismo; imparcialidade;
    Lacey";
  • Resumo: "O texto apresenta uma discussão da tese da neutralidade da ciência,
    tomando como ponto de partida algumas formulações dos Parâmetros
    Curriculares Nacionais. A neutralidade é analisada em três componentes: a
    imparcialidade, a neutralidade aplicada e a neutralidade cognitiva. Procura-se
    mostrar que, para não se cair no relativismo, a imparcialidade deve ser mantida,
    mas a neutralidade aplicada não se sustenta, nem como fato nem como
    valor.";
  • Desenvolvimento: No mesmo estilo de Ianni, porém com uma linguagem, a meu ver, menos rebuscada, Marcos deixa o texto correr sem subdivisões de temas, com exceção, novamente, do resumo e bibliografia;
  • Referências bibliográficas: Segue na última página uma lista com 7 obras referenciadas.

5.3 - Variações sobre arte e ciência

  • Título: Variações sobre arte e ciência;
  • Autor: Octavio Ianni, professor-emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo;
  • Palavras-chave: "Ciência e arte; Verdade social e representação artística; Linguagens; Narrativas; Sociologia do pensamento.";
  • Resumo: "O texto propõe aproximações entre ciência e arte por meio de contrastes e semelhanças
    reconhecíveis nessas modalidades discursivas de conhecimento, como linguagens
    e narrativas singulares, dotadas de características próprias, mas que freqüentemente
    se valem de procedimentos e recursos alheios. Busca salientar tanto os usos de
    recursos ficcionais pelos textos científicos, como o contrário, as valências cognitivas e
    mesmo a reconstrução complexa de experiências sociais pelos textos literários, articulados
    por uma ambição estética.";
  • Desenvolvimento: O texto apresenta-se dentro do formato científico, praticamente sem subdivisão de suas partes (exceto pelo resumo e bibliografia), com citações pertinentes de outros autores;
  • Referências bibliográficas: Seguem nas 2 últimas páginas uma lista com 19 obras referenciadas.

sábado, 4 de abril de 2009

A relevância temática

Procurando por pesquisas na área de Matemática, achei pouca coisa que contribuísse mais diretamente e a curto prazo. Selecionei, no entanto, as 3 solicitadas. São elas:



  • Título [PT]: Um modelo matemático para calcular o índice de risco de malignidade de tumores do ovário utilizando a teoria dos conjuntos fuzzy.

Link: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000427948


Esse modelo matemático foi adaptado para que se pudesse distinguir a malignidade da benignidade de tumores do ovário. A área do trabalho não é a Matemática pura, e sim a Biomatemática (aplicada). Achei um tema muito relevante e, uma vez aplicado, com consideráveis benefícios à sociedade. Confesso achar que as mais importantes pesquisas são as relacionadas à saúde, equivocadamente ou não. Apesar de não ter pretensões de prosseguir os estudos de pós-graduação na área, penso que, se o fizesse, procuraria que fosse nessa linha.


Essa dissertação de mestrado foi defendida em 10/2007.



  • Título [PT]: Análise matemática de um modelo de controle de populações de mosquitos.

Link: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000434396

Gostei do tema. Quebra com a rigidez matemática que muitas vezes faz qualquer um se (e me) perguntar "mas pra que é que serve isso?!". Escolhi pela praticidade do tema, e a primeira aplicação à curto prazo que me veio à cabeça foi pensando numa população de mosquitos transmissores da dengue. E nesse caso, que o prazo seja, ou fosse, muito curto!

Dissertação de mestrado defendida em 02/2008.

  • Título [PT]: Modelagem e simulação numérica de derrames de óleo no canal de São Sebastião, SP.

Link: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000132854

Apesar desse trabalho não ter o resumo informado, selecionei-o por duas razões: muito pouco tema de aplicação à curto prazo ou sequer aplicável à sociedade na minha área e quase todos relacionados a saúde. É verdade que gosto desses, mas todos sobre Biomatemática me pareceu cansativo.

Pois esse tema teve tudo para ser aplicável. Porém, o título apenas (sem o resumo) não nos deixa saber ao certo se existia alguma intenção de se controlar e/ou evitar derramamento de óleo no Canal de São Sebastião.

Dissertação de mestrado defendida em 08/1998.

Considerações finais apenas para novamente registrar que sinto ter visto tão poucos trabalhos aplicáveis à sociedade. Talvez essa sensação seja a que afasta dessa exatidão, para mim, sem razão.

sábado, 28 de março de 2009

3.2 - Trabalho - Percepções

Quatro formas de se enxergar o trabalho. Quatro sensações distintas.
Como uma aspirante à jornalista que cursa Matemática, meus olhos confessam ter pulado as fórmulas de física já tão esmiuçadas em longas aulas. Não havia alí muito o que ser lido. Trabalho, em Joule, não tem calor. Não tem vida.

Humanização, então, estaria num decreto que põe também numa fórmula o quanto uma pessoa precisa para viver? Não foi o que senti. Causou um certo incômodo e estranhamento ver como são frias as formas de se tratar as necessidades pessoais; como são todos medidos por uma só régua.
Chico veio a calhar, então. "Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe". E essa música, que sempre aparece em aulas em que somos postos a pensar no tema, realmente expressa bem a face dos que têm o mínimo e do mínimo tentam fazer um todo que não se acha fácil. Os que precisam se realizar com pouco.
De pouco, o que não se vê na pintura de Portinati é rigidez. Opressão dura, de tempos em que provavelmente não havia nem um mínimo com que se contar.
Independente do prisma, todas as formas causam alguma sensação, e em quase nenhuma há satisfação. Penso que deveria me sentir entusiasmada em falar sobre o trabalho dos Joules, que é, por um tropeço, minha área. Mas não há tal euforia. Mas, para constar, trabalho (em exatas) é o cálculo da energia que se transfere quando uma força, medida em Newtons é aplicada por um deslocamento d do objeto.
A parte disso, trabalho me traz uma sensação constante de que é o foco absoluto. Afinal, comemos, dormimos, descansamos e nos distraímos para voltar à trabalhar, para ter condições de trabalhar. E nesse ciclo sou mais uma, engolida e quase sem tempo pra pensar sobre. Era essa a idéia?

3.1 - Comentários sobre os textos em referência à César Lattes


"Oi Adriana!
Escolhi seu blog novamente para comentar sobre o texto em referência à Lattes.Gostei da maneira como vc dispôs os fatos (e muitos que eu não conhecia também).
Muito recheado de informação e nada 'cansativo' de se ler.
Gostei da forma cronológica em que vieram os dados e o vocabulário simples.
Bastante interessante.
Parabéns!"

"Guilherme,

Achei bem diferente o modo como escreveu. Bem diferente do meu.

Sem mencionar datas, você se valeu de expressões como "a partir de então" para projetar os acontecimentos futuros no relato e fez isso com coesão.

Achei forte o lado subjetivo do escrito, mostrando claramente qual é a sua opinião sobre ele.

A única falha, a meu ver, foi a mesma que eu cometi no meu texto: não citou as fontes. Esquecemos. Rs.

Parabéns pelo texto!"

"Oi Hugo,

Diferentemente do Guilherme, não achei que o foco foi quase que exclusivo às não premiações. Achei os fatos citados bem distribuídos, e você mostrou imparcialidade na sua posição, elencando todos os aspectos, negativos e positivos, da carreira dele (como é, a meu ver, o jeito mais interessante de se contar algo).

Gosto de terminar de ler e não ter idéia do que você pensa sobre quem escreveu. Mostra, como já disse, imparcialidade.

Gostei do texto.

Abraços.

sábado, 21 de março de 2009

2.1 - Modalidades de textos científicos


  • Artigo Científico

Essa modalidade de texto científico requer como princípio básico a escolha de um tema. Este deve ser relevante ao meio em que será inserido e mostrará resultados de experiências ou pesquisas já realizadas.

Um artigo pode também dar ênfase à algum assunto tirado de uma dissertação ou tese que seu escritor julgue merecedor de destaque. O processo de submissão precisa encarar o crivo de 2 ou mais pareceristas. Se aprovado, o artigo é publicado, garantindo reconhecimento ao tema.

Alguns dos aspectos analisados são: grau de originalidade do tema, coerência e adequação da linguagem, grau de contribuição à area entre outros.

O artigo deve contar com um rigoroso embasamento, e seu autor deve demonstrar completo domínio do tema. Ele é um dos termômetros (equivocadamente ou não) da carreira de um cientista.

Exemplos:

http://www.risktech.com.br/PDFs/CDSBr43.pdf

http://www.risktech.com.br/PDFs/Opcoesdolbr.pdf

  • Relatório

O relatório científico serve para revelar resultados de uma pesquisa ou experimentação, já completamente desenvolvidos ou ainda me fase de desenvolvimento.

Deve contar com uma narração acerca dos problemas enfrentados, os sucessos e fracassos, materiais usados e obejtivos do que se relata. Deve-se, também, focar na contextualização do leitor ao tema.

Resultados precisam ser mostrados em todos os passos, descrevendo bem o que se conseguiu (e não se conseguiu) em cada etapa. É importante também descrever as medidas tomadas diante de um fracasso e o resultado de tais medidas.

A conclusão marca o fim do relatório e deve ser bem construída, mostrando todos os resultados obtidos e a aplicabilidade do que se obeteve. A bibliografia deve ficar numa sessão específica, ao final do relatório.

Exemplos:

http://www.fe.unicamp.br/alfaplangies/relat.pdf


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2000000200019&script=sci_abstract&tlng=pt

  • Ensaio Científico

O ensaio consiste na exposição, por parte do autor, de idéias sobre um tema. Caracteriza-se, sobretudo, pelo não aprofundamento exaustivo ao tema.

É, até então, o tipo mais subjetivo dos textos, já que o autor colocará, após muita pesquisa bibliográfica, suas opiniões pessoais sobre o que foi lido.

No seu esqueleto, deve conter uma introdução como forma de contextualização do leitor e a bibliografia usada, arrajados da forma que quem escreve achar mais conveniente.

Os ensaios podem contar com a preponderância de um ou mais dos seguintes enfoques:

Ensaio descritivo

Ensaio explicativo

Ensaio narrativo

Ensaio comparativo

Ensaio persuasão

Ensaio reflexivo


Exemplos:

http://www.teologica.br/theo_new/files/BrincandoDeus_LarryP.pdf

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252008000200015&script=sci_arttext

2.2 - César Lattes

"Einstein é uma fraude, uma besta! Ele plagiou a Teoria da Relatividade."

Polêmico e ácido, Césare Mansueto Giulio Lattes consagrou-se como um dos maiores nomes da ciência brasileira no século XX. Formado em 1943, aos 19 anos, na Universidade de São Paulo em Matemática e Física, Lattes conseguiu em pouco tempo o que muitos tentaram a vida toda.

Foi em 1947 que as partículas responsáveis pelas forças nucleares ganharam nome e atenção. Lattes foi co-descobridor do méson-pi fazendo parte da equipe de Cecil Frank Powell.

Aos 24 anos, foi responsável pela detecção da produção artificial das partículas píon através do bombardeio de átomos de carbono, no laboratório da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Por duas vezes chegando muito perto de levar o Prêmio Nobel de Física, Lattes viu-se boicotado em detrimento de outros nomes que levaram a melhor na premiação. A primeira vez, em 1950, foi Powell quem levou o prêmio, sem qualquer referência à contribuição de Lattes ou aos outros estudiosos da equipe. Na segunda vez, o Nobel lhe escapou por uma fatalidade. A comissão do Prêmio chegou a enviar uma carta a ele por meio da atual Universidade do Rio de Janeiro, mas por conta da burocracia interna o documento só chegou às suas mãos um ano mais tarde. Eugene Garden, seu parceiro na descoberta da produção artificial do mésón-pi na Califórnia, havia morrido naquele ano em decorrência dos trabalho na bomba atômica. "E como não se dá prêmio póstumo, perdi a oportunidade.", disse Lattes.

Em 1967, a Unicamp através do Instituto de Física Gleg Wataghin (IFGW) recebia Lattes como professor titular, onde também suas pesquisas continuariam. O Departamento de Raios Cósmicos foi por ele dirigido e, em 1986, César Lattes tornou-se professor emérito da universidade. No mesmo ano, ele também recebeu o título de doutor honoris causa e se aposentou.

Lattes passou os últimos anos de vida em Campinas, morando perto do campus. Faleceu em 2005 após sofrer um ataque cardíaco. Reconhecido internacionalmente e eternizado em artigos e nomes de centros de pesquisa, a contribuição desse personagem à ciência tem dimensão pouco comparáveis. É um dos raros integrantes brasileiros à Biographical Encyclopedia of Science and Technology, de Isaac Asimov. Também contribuiu à criação de várias instituições consagradas como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Assim, Césare Mansueto Giulio Lattes marcou a história da ciência e deixou uma geração de admiradores agradecidos.

2.3 - Comentário

Escolhi o memorial da Adriana para comentar.

Blog: http://adriana-rs.blogspot.com/

Comentário:

"Oi Adriana,

Escolhi seu blog para comentar como parte da segunda atividade.

Bonita sua trajetória. Dificuldades vencidas conforme surgiam, a mesma paixão que eu por escrever e a escolha de um curso que primeiro a garantisse financeiramente, como eu pensava no início da faculdade.

Trabalhar e estudar (na Unicamp, sobretudo) sabemos não ser fácil. Muito difícil cumprir a grade fixa, quanto mais explorar as tantas opões que temos aqui dentro.

Parabéns pelas (grandes) conquistas e sucesso. Sempre!

Abraços."

quinta-feira, 12 de março de 2009

1 - Memorial - Trajetória Acadêmica

Em 1990, aos 5 anos de idade, Roberta pisou pela primeira vez numa escola. Localizada num apêndice da igreja do bairro, o colégio Tic Tac não foi palco de momentos felizes para a garotinha. As aulas de pintura e o sagu servido na merenda não apeteciam. Ela queria escrever e fazer contas.

A ânsia para satisfazer essas necessidades levou seu pai, Roberto, um engenheiro orgulhoso da pequena, à "instalar" uma lousa no tronco de uma árvore na chácara da família, em Jaguariúna. E foi alí, aos domingos, que Roberta aprendeu a escrever o próprio nome e a somar os primeiros algarismos da jornada.

Cansada dos lápis de cor e enjoada do sagu, o Tic Tac virou passado depois da décima volta pra casa nos braços da mãe e aos soluços. Era hora de aprender.
No início do ano seguinte, os pais conversaram na diretoria do Colégio Doctus, em Campinas, no bairro onde moravam. Seria preciso fazer um teste para poder ingressar Roberta à primeira série do Ensino Fundamental, sem ter concluído o (antigo) Pré. E ela não desapontou. De 10 questões até hoje bem vivas na memória, o único erro foi a questão 2, em que pedia-se escrever todos os algarismo do 1 ao 20. E seguiu: "1, 2, 3,..., 17, 18, 19, 19.". "O que é que vinha mesmo depois do 19?".

E assim foram os anos, todos no mesmo colégio, e muitos choros vieram. Provas de ciências já testavam o pequeno coração, mas nada como as tão temidas provas de Matemática. O fardo era pesado. As dúvidas começavam a se acumular, e por volta da sexta série, em 1996, os pedidos de ajuda ao pai, velho mestre, começavam a aumentar. Momentos de tensão eram vividos, já que Roberto não tinha lá muita paciência mais com a "futura médica" da família. Sim, ela acreditava na Medicina.
E mais anos se passaram, até que o vestibular começava a virar assunto, e a oitava série anunciava que era hora de procurar um colégio que também pensasse mais no assunto. E em 1999, o primeiro ano do Ensino Médio estava destinado ao Colégio Integral, dessa vez longe de casa.
Medos, insegurança e a sensação de falta de base predominaram no início. A catástrofe ficou por conta de Matemática, com um triste 2,1 para uma média 6,0. Algo precisava ser feito.

O colégio, de fato, era forte. Plantões de dúvida substituíram o Pica-pau que ainda alegrava as manhãs. E foi alí que Andréia, uma moça humilde e recém-formada em Matemática ajudava Roberta e outros tantos com tantas dúvidas.

As provas vinham e as dúvidas já em menor número a faziam ver que correr atrás do prejuízo era preciso. As notas a recompensaram com um 5,1, mas, ainda abaixo da média. E aquilo virou questão de honra! Mais horas no plantão, mais exercícios resolvidos, e o terceiro bimestre já coroava um 8,5. Mas ainda era possível melhorar, e Matemática foi vencida com o último 9,8 do ano.

Medicina já havia sido deixada de lado após alguns episódios de tontura quando a menina fora posta diante de um dedo cortado da colega. O que brilhava agora era a Engenharia de Alimentos.

E em 2001, o fim do colégio. Pessoalmente marcado por uma sensação de início da adolescência, atrasado, talvez, e academicamente promissor.
Foram precisos 2 anos de cursinho e 3 tentativas para o vestibular em Alimentos. Na Unesp, Roberta foi aprovada, mas na Unicamp, que era o grande sonho, a aprovação veio em Matemática. Licenciatura em Matemática. E foi em Campinas, em 2004, que a vida universitária começou.

Ironia do destino, talvez. Depois de tantas noites mal dormidas por conta dos números, depois de tantas pragas rogadas à Báskara e seus colegas de aventura, era à Matemática que seriam dedicados aqueles dias.

Durante os primeiros anos, o curso apenas seguiu. Sem amores ou dissabores, o curso seguiu. Mas em 2006 a paixão acabou. O curso ficou pesado. E ela percebeu que gostava mesmo era de escrever.

Os anos ainda não terminaram e o peso ainda não saiu. A vontade de escrever é o que a impulsiona. E o impulso é para terminar Matemática, saudosa pelos dias de alegria aritmética, mas com olhos de quem vai, tentar ir atrás do que realmente a faz sorrir: escrever. Escrever e escrever.